Lista Base de Indicadores de Superdotação: parâmetros de observação na sala de aula

 

 

LISTA BASE DE INDICADORES DE SUPERDOTAÇÃO

 - PARÂMETROS PARA OBSERVAÇÃO DE ALUNOS EM SALA DE AULA -

 

 

Cristina Maria Carvalho Delou[1]

 

RESUMO

 

Este artigo apresenta a metodologia de criação de um instrumento para identificação de alunos com altas habilidades/superdotação na sala de aula. Trata-se de um check-list que apresenta tanto na Forma Grupal como na Forma Individual parâmetros definidos como Comportamentos Observáveis e Características Comportamentais típicas de alunos com altas habilidades/superdotação. A metodologia utiliza foi a Técnica de Delfos que destinase a pesquisar a opinião de um grupo de especialistas a respeito de um determinado assunto sem o confronto face a face entre os pesquisados. Estes especialistas formaram o “Painel Délfico”, que chegou ao consenso final de vinte e quatro características em dois rounds. A análise dos dados mostra a atualidade do instrumento, já que a legislação que institui e orienta as práticas de Atendimento Educacional Especializado para alunos com altas habilidades/superdotação continua a ser ratificada pelo MEC. No Apêndice, a Lista Base de Indicadores de Superdotação - parâmetros para observação de alunos em sala de aula é apresentada em seus dois formatos.

Palavras-Chave: altas habilidades/superdotação; identificação; Atendimento Educacional Especializado; Educação Especial.

 

 

APRESENTAÇÃO

 

A Lista Base de Indicadores de Superdotação - parâmetros para observação de alunos em sala de aula - como o próprio nome diz, é um instrumento para observação de alunos, em sala de aula, com vistas à avaliação de indicadores de superdotação. Não é teste de inteligência, nem de personalidade. É um instrumento que tem a finalidade de identificar alunos com comportamentos indicadores de superdotação em sala de aula regular de ensino, na Educação Básica. Pode ser aplicado por qualquer profissional de educação em sala de aula, em atividade extraclasse, em ambientes e situações de aprendizagem coletivas.  

 

Foi criado a partir do estudo realizado no curso de Mestrado em Educação, na área de concentração Educação Especial de Superdotados, na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1987. Dez anos depois, um estudo realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da própria UERJ, mostrou que o estudo ainda poderia ser considerado original por não ter sido realizado nenhum outro posterior que o refutasse. Seu propósito surgiu do interesse de oferecer aos professores uma alternativa sistematizada e autônoma de observação dos comportamentos dos alunos em sala de aula a fim de identificar os que apresentassem indicadores de superdotação, para posterior encaminhamento ao atendimento educacional especializado. 

 

O ESTUDO

 

Sua elaboração partiu da transformação das características de alunos com altas habilidades/superdotação, consagradas na literatura científica especializada, em comportamentos decodificados em sala de aula, com o objetivo de traduzir a linguagem técnica utilizada nos instrumentos próprios à observação de superdotados. 

 

A metodologia utilizada no estudo foi a Técnica de Delfos, concebida por Olaf Helmer, que é uma técnica destinada a pesquisar a opinião de um grupo de especialistas a respeito de um determinado assunto sem o confronto face a face entre os pesquisados. O grupo de especialistas forma o “Painel Délfico”. 

 

Cada especialista recebeu um questionário formulado com o objetivo de que dessem notas de zero a dez conforme o grau de importância que atribuíssem às características indicadoras e superdotação em sala de aula. A partir das respostas dadas, os questionários foram analisados buscando-se identificar o consenso entre as respostas. As características consideradas como discenso entre os especialistas foram imediatamente eliminadas. As características consideradas de consenso entre os especialistas foram selecionadas para a formação do futuro instrumento. E as características que não se configuraram de imediato nem como discenso e nem como consenso, novamente foram encaminhadas aos especialistas e, em um novo formulário com vistas a informá-los sobre o quadro das opiniões, buscou-se verificar de que modo os especialistas se reposicionavam frente às opiniões do grupo.     

    

Cada uma das etapas de trabalho dirigidas aos especialistas, Olaf Helmer denominou de

“rounds”, que tem no responsável pelo estudo, aquele que analisa e apura o consenso e o dissenso entre as opiniões dos especialistas, confrontando-as nas etapas seguintes, e decide a necessidade de um novo “round” de confronto de opiniões, até que se consiga um consenso significativo. A técnica parte do pressuposto de que os especialistas participantes do “Painel Délfico” devem ser autoridades no assunto, representarem uma instância crítica em sua área de conhecimento e o consenso entre eles é válido como predição ou evidência para o esclarecimento de questões marcadas pela controvérsia.

 

Para a constituição da Lista Base de Indicadores de Superdotação - parâmetros para observação de alunos em sala de aula formou-se um “Painel Délfico” com doze profissionais de renome na área da Educação Especial brasileira e da Educação de Superdotados, dos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal e o consenso foi obtido em dois “rounds”.

 

As características de superdotação foram selecionadas em diferentes instrumentos de observação de superdotados, nacionais e estrangeiros, disponíveis na literatura, tomando-se como referencial teórico o conceito adotado pela Secretaria de Educação Especial, do MEC, 

 

"são considerados superdotados e talentosos os que apresentam notável desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados:.

 

*  capacidade intelectual geral;

*  aptidão acadêmica específica;

*  pensamento criador ou produtivo;

*  capacidade de liderança;

*  talento especial para artes visuais, dramáticas e música;

*  capacidade psicomotora” (BRASIL, 1986, 1995)[2].

 

 

Foi feito, inicialmente, um levantamento de 120 características categorizadas de acordo com as áreas discriminadas no conceito. Cada característica foi transformada em comportamentos observáveis em sala de aula, com pistas para atividades pedagógicas que podem ser desenvolvidas com a turma. No primeiro “round” houve uma redução de 58 características e o segundo definiu as 24 características de maior consenso. Os especialistas não selecionaram características para todas as áreas do conceito, ficando as áreas aptidão acadêmica específica e talento especial para artes visuais, dramáticas e música sem nenhuma característica relacionada. Também não houve a preocupação de que cada área tivesse o mesmo número de características.

 

O resultado do levantamento de opinião entre os especialistas indicou: a) significativo grau de discordância entre as opiniões dos especialistas; b) que a priorização de características comportamentais é importante e necessária, pois nela são selecionados os indicadores de superdotação mais comuns e que chama mais a atenção; c) que as listagens de identificação disponíveis diferem entre si em relação aos tipos de superdotação avaliados e a linguagem empregada, o que dificulta o trabalho do professor que, por vezes, precisa usar mais de um instrumento ou não compreende totalmente as características apresentadas; d) que cada aluno com altas habilidades/superdotação apresenta um leque variado de características, que muda de acordo com variáveis diversas, relativas a fatores genéticos, estimulação ambiental e com a forma pela qual combina estas variáveis.

 

Os conceitos apresentados mais recentemente não refutam o conceito apresentado, pelo contrário, mostram que o modelo inicial ainda não foi superado.

 

Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. Dentre os transtornos funcionais específicos estão: dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre outros. (BRASIL, 2009)

 

Art. 4º Para fins destas Diretrizes (Resolução CNE/CEB Nº 04/2009), considerase público-alvo do AEE: [...] III – Alunos com altas habilidades/superdotação:

aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as

áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.  (BRASIL, 2009) 

 

 

O INSTRUMENTO

 

O instrumento foi denominado Lista Base de Indicadores de Superdotação - parâmetros para observação de alunos em sala de aula. As características que obtiveram consenso entre os especialistas do Painel Délfico foram agrupadas, igualmente, em dois formulários com objetivos distintos: FORMA GRUPAL E FORMA INDIVIDUAL. 

 

A Forma Grupal pode ser utilizada em observações gerais da turma como um todo. Serve para quebrar o preconceito inicial, expresso em falas como: “ na minha turma ninguém é superdotado”. Serve, também, para uma turma que tem um aluno já reconhecido por sua alta competência acadêmica, evitando que o professor só consiga fazer a avaliação deste, esquecendo-se dos demais alunos, que sempre apresentam alguma característica interessante, mas que por algum motivo não nos chamou a atenção. É comum não conseguirmos ver talento aonde há fracasso, além disso, não costumamos valorizar os talentos apresentados por alunos que não sejam destaques acadêmicos em áreas como matemática ou ciências, no âmbito da escola.

 

Quando o professor for utilizar a Forma Grupal é importante que seu pensamento percorra a turma inteira. Que não se detenha em apontar um só aluno em todas as características. Este momento está destinado a detectar as peculiaridades de cada aluno da turma. Não importa que o aluno só tenha sido mencionado uma vez. O que importa é que cada aluno seja lembrado, para depois ser analisado com mais detalhe e cuidado.

 

A Forma Individual deve ser utilizada em observações separadas, individuais de cada aluno, após o levantamento realizado na forma grupal. O professor deverá reservar uma ficha, da forma individual, para cada aluno e, agora, verificar a consistência e a frequência de cada característica da Lista e não somente as apontadas na Forma Grupal.

 

ANÁLISE DOS RESULTADOS

 

A análise dos resultados obtidos no levantamento feito na Lista Base de Indicadores de Superdotação - parâmetros para observação de alunos em sala de aula não é complexa. Na Forma Grupal, observa-se quais foram os alunos que mais foram mencionados e em que áreas, para que se possa definir qual foi a área de maior concentração de características para cada aluno. Para isso, após cada característica é apresentada a sigla da área correspondente.

 

Por exemplo: o aluno que só foi mencionado na última característica, POSSUI HABILIDADE FÍSICA (CP), deve ser um aluno que só chama a atenção do professor nessa área, que é a competência básica da área dos esportes, da educação física, dando ao professor subsídio indicativo de capacidade psicomotora.

 

Na etapa seguinte, o nome do aluno deverá ser encaminhado à Forma Individual de observação. Sua avaliação deverá ser realizada novamente, agora do ponto de vista das atividades psicomotoras, começando pela primeira característica GOSTA DE QUEBRA-CABEÇA E JOGOS-PROBLEMA (IG). Mesmo que na Forma Grupal seu nome não tenha sido mencionado na referida característica. Durante o processo o professor deverá visualizar as características mais frequentes, isto é, as características que aparecem mais vezes por área, isoladas ou combinadas (conforme preconiza o conceito) e as mais consistentes, isto é, aquelas que são assinaladas na coluna sempre, ou seja, as características que são facilmente constatadas no aluno.

 

Voltando ao exemplo: o aluno agora será avaliado do ponto de vista da frequência e da consistência de suas características. Quais foram as características que o aluno apresentou mais vezes? E as características pertencem a que área ou áreas? O aluno apresenta características de áreas isoladas ou combinadas?

 

As respostas podem ser encontradas através da contagem e do levantamento percentual simples, porque não se trata de teste e não se trata de comparar seus resultados com os de ninguém ou de tabela alguma. É só verificar os itens que foram mais frequentes em termos percentuais, tomando-se o cuidado para considerar como verdadeiro o resultado de áreas que só apresentam uma única característica, assim como o resultado de maioria, quando houver mais de uma característica para a mesma área. 

 

O professor que planejar as atividades a serem desenvolvidas na sala de aula, tendo em mente as características que constam na Lista Base de Indicadores de Superdotação - parâmetros para observação de alunos em sala de aula, poderá observar sistematicamente a manifestação de características próprias de alunos com altas habilidades/superdotação e a dinâmica destas características no coletivo. Outra conseqüência direta, decorrente do planejamento voltado para as características apresentadas na Lista, é que o professor estará oferecendo um currículo enriquecido a todos os seus alunos, promovendo práticas de educação inclusiva por propiciar situações de aprendizagem favorecedoras à manifestação e à descoberta de talentos, até então, desconhecidos, despertando interesses e atendendo às necessidades de todos os alunos.

 

OS DIAS ATUAIS E A NOVA LEGISLAÇÃO

 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96, mostrou avanços significativos quanto ao reconhecimento dos direitos que os alunos com altas habilidades/superdotação têm, ao lado de seus pares de necessidades educacionais especiais, ratificando a Política Nacional de Educação Especial, de 1994. Reconhecer direitos educacionais aos alunos que apresentam indicadores de superdotação, aponta para a ressignificação destas características de aprendizagem que têm demonstrado a singularidade destes alunos no que se refere à complexa questão dos ritmos diferenciados de aprendizagem, produzindo, em muitos casos, dessincronia do desenvolvimento global, levando à necessidade da aceleração de estudos, o que acaba por demandar a certificação precoce dada a terminalidade antecipada em relação à idade dos demais alunos. Esta era uma expectativa há muito pleiteada por uma parcela da população, que sistematicamente buscava atendimentos especializados pela falta de preparo dos profissionais da educação para lidar e decidir o futuro escolar de alunos com superdotação.

 

Com a LDB (BRASIL, 1996), os direitos dos alunos com altas habilidades/superdotação ficam garantidos e com a Resolução N.º 2/2001, do CNE/CEB, não ficou resolvida a questão léxico-conceitual. Nesta Resolução os alunos com altas habilidades/superdotação foram incluídos no artigo referente ao público-alvo, onde se lê que, consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que durante o processo educacional, apresentarem: ... altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e  atitudes. (BRASIL, 2001, Art. 5º, III)

 

A questão conceitual trouxe duas categorias ao cenário educacional que não são esclarecedoras por si só, necessidades educacionais especiais e altas habilidades/superdotação. O tempo tem mostrado como ambas são inadequadas para expressarem idéias tão singulares. Necessidades educacionais especiais tem sido empregada numa visão reducionista para se referir aos alunos com deficiências e altas habilidades/superdotação como sinônimas, categorias correlatas, sugerindo a possibilidade de concepções diferentes, pois habilidade pode ser vista como capacidade a ser desenvolvida e dotação como capacidade inata de cada indivíduo. 

 

Contudo, independente da natureza conceitual, o parecerista-legislador levou em consideração o fato de alunos com altas habilidades/superdotação terem condições de aprofundar e enriquecer conteúdos, devendo receber desafios suplementares em classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo, a série ou etapa escolar. (BRASIL, 2002). Mais recentemente, entrou em vigor a Resolução CNE/CEB Nº 04/2009, que prevê em seu artigo 7º:

 

Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular em interface com os núcleos de atividades para altas habilidades/superdotação e com as instituições de ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos esportes. (BRASIL, 2009)

 

Ou seja, alunos com altas habilidades/superdotação podem desenvolver atividades escolares mais ricas e profundas no contexto das suas próprias escolas, em ambientes programados para este fim, ou em instituições que ofereçam acesso aos níveis mais elevados do ensino (BRASIL, 1996, Art. 40, V), a fim de realizarem atividades de pesquisa, artes e esportes (BRASIL, 2009, Art. 7º), segundo as capacidades de cada um. (BRASIL, 1996, Art. 40, V).

 

Atualmente, estes são os princípios que devem nortear as práticas pedagógicas inclusivas para alunos com altas habilidades/superdotação. Eles representam um avanço no movimento escolar que supunha o enquadramento e a conformação destes alunos a níveis de escolaridade mais baixos, dessincronizados do nível de desenvolvimento real apresentados por alunos com altas habilidades/superdotação. Inclusão neste caso significa planejar e reestruturar o cotidiano escolar para oferecer um ensino regular, baseado no princípio da diversidade e oportunidades que vão além do que os demais alunos da turma, regra geral, necessitam. É para isto que se devem identificar alunos com altas habilidades/superdotação em sala de aula. Se atendidos educacionalmente após uma identificação adequada, alunos com altas habilidades/superdotação terão seus direitos garantidos.

 

 

CONCLUSÃO

 

A identificação de alunos com altas habilidades/superdotação em sala de aula exige do professor capacidade e rotina de observação, além do conhecimento específico de características destes alunos já reunidas em pesquisas científicas. O desconhecimento das características dos alunos com altas habilidades/superdotação poderá levar, o professor, a julgamentos inadequados acerca dos comportamentos expressos pelos alunos. Todavia o conhecimento dessas características não assegura o acerto no melhor atendimento pedagógico, mas salvaguarda o professor de trabalhar sem os conhecimentos necessários sobre o alunado que está atendendo.

 

A identificação de alunos com altas habilidades/superdotação através da observação e julgamento de professores é um método bastante controvertido. Embora recomendado como possível, vários autores apontam suas limitações, procurando demonstrar que não deve ser considerada isoladamente dos demais métodos ou procedimentos.

 

Novaes (1979) lembrou que, segundo Gallagher, os professores não conseguem detectar alunos com dificuldades de rendimento escolar, com atitudes agressivas e apáticas no que diz respeito aos programas escolares, havendo necessidade de que suas observações sejam complementadas por testes padronizados e de aproveitamento escolar. Silva (1981) constatou que o método mais utilizado no Brasil para identificar alunos com altas habilidades/superdotação era a observação de professores, devido ao fato de que a maior parte dos testes utilizados em nosso país ainda não tinha sido adaptada à realidade brasileira, reconhecendo que o professor vive as necessidades locais, sofre a ação do meio e, ao mesmo tempo, influencia-o.

 

Delou (2001) constatou que nos últimos anos, a observação de professores constituiu-se no método de encaminhamento de alunos considerados superdotados para salas de recursos voltadas para o atendimento educacional especializado desses alunos. Segundo Novaes (1979) “as situações de classe são oportunidades ímpares de avaliação escolar”. O professor está em sala de aula: convive com os alunos, vê o que fazem, como fazem, como se expressam, como se relacionam e, a partir desta convivência, dinamizam o processo avaliativo (DELOU, 1987). 

  

Hoje, o atendimento educacional especializado para alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação requer ações transformadoras no cotidiano escolar. Para além dos avanços apontados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96, a Resolução CNE/CEB Nº 04/2009, que implementa o Decreto nº 6.571/2008, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, oferece amplas possibilidades escolares para alunos com altas habilidades/superdotação.

 

Para além do que foi estabelecido para a Educação Básica e para o Ensino Superior como a previsão de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial; atendimento educacional feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre em função das condições específicas dos alunos através de currículos, métodos, recursos educativos, e organizações específicos, para atender às suas necessidades; aceleração e avaliações para eliminar etapas vencidas em nível cognitivo e para concluir em menor tempo o programa escolar; professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; educação especial para o trabalho, visando efetiva integração na vida em sociedade, para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora (BRASIL, 1996), o atendimento educacional especializado é um direito adquirido que depende de programas de identificação de alunos com altas habilidades/superdotação.

 

Com tantas inovações há que se preparar o professor para identificar e atender adequadamente estes alunos nos sistemas regulares de ensino, pois, na verdade, eles são tão excluídos quanto os alunos com deficiências sensoriais, físicas ou mentais e os alunos com transtornos globais do desenvolvimento.

 

Alunos com altas habilidades/superdotação estão, historicamente, inseridos nas classes comuns de ensino. Regra geral, passam desapercebidos. Podem ser excelentes alunos ou apresentar problemas específicos de aprendizagem. Mas, com certeza, não estão integrados aos seus grupos escolares. Integração prevê a interação entre pares e, frequentemente, estes alunos, estão solitários no grupo de colegas e nos pátios de recreios escolares, pois não têm com quem compartilhar interesses. É nossa responsabilidade contribuir para a diminuição destas distâncias e favorecer que estes alunos encontrem caminhos de se formarem cidadãos de forma mais ética e solidária, menos atingidos por estigmas e preconceitos (DELOU, 1996).   

 

Por este motivo, é que mais de dez anos após a sua criação, ainda é útil divulgar esse instrumento como alternativa mediadora de práticas pedagógicas já que muito pouco foi feito em termos do atendimento educacional especializado a alunos com altas habilidades/superdotação.        

 

BIBLIOGRAFIA 

 

1.      ALENCAR, Eunice M. L. S. Psicologia e Educação do Superdotado. São Paulo, EPU, 1976.

2.      ALENCAR, E. S. DE. Indivíduos com altas habilidades/superdotação: clarificando conceitos, desfazendo idéias errôneas. In: A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades / superdotação. volume 1. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. p. 13-23 

3.      BRASIL. MEC/CENESP. Educação Especial: Superdotados. Rio de Janeiro, 1976.

4.      BRASIL. CENTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Subsídios para Orga-

nização e Funcionamento de Serviços de Educação Especial. Área: Superdotação. Rio de Janeiro: CENESP, 1986, 1995.

5.      BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: SEESP, 1994.

6.      BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394, 1996. Disponível no site http://www.mec.gov.br/seed/tvescola/ftp/leis/lein9394.doc, em 23 de maio de 2005.

7.      BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Parecer N.º 17/2001. Disponível no site http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/par17.pdf, em 16/04/2006.

8.      BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Resolução N.º 02/2001. Disponível no site http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res2_b.pdf, em 16/04/2006.

9.      BRASIL. Declaração      de        Salamanca.     No       site http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/sa-lamanca.pdf, em 16/04/2006.

10.  BRASIL, CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/ CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Resolução CNE/CEB 4/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de outubro de 2009, Seção 1, p. 17.

11.  BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Política Nacional de Educa-

ção Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Ministério de Educação. Brasília. Janeiro de 2009.

12.  DELOU, Cristina Maria Carvalho. Identificação de Superdotados: Uma Alternativa para a Sistematização da Observação de Professores em Sala de Aula ( Dissertação de Mestrado ). Rio de Janeiro. Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1987.

13.  ______________. Identificação de Superdotados no Programa de Recursos Humanos de Alto Desempenho. (47) Reunião Anual  da SBPC, São Luís, 1995. ANAIS...

14.  _____________. Identificação de Alunos de altas habilidades/superdotados no Programa de Recursos Humanos de Alto Desempenho Acadêmico - RELATÓRIO FINAL. UFF, 1996. (Não publicado).

15.  _____________. Integrar alunos portadores de altas habilidades: Por que e Para quê? Revista Integração. Ministério da Educação e do Desporto; Secretaria de Educação Especial, SEESP, ano 7, no 17, 1996.

16.  _____________. Política Nacional de Educação Especial aplicada ao aluno de Altas Habilidades. Cadernos de Santa Maria. Santa Maria/RS, Universidade Federal de Santa Maria, 1996. 

17.  ____________. Sucesso e fracasso escolar de alunos considerados superdotados: um estudo sobre a trajetória escolar de alunos que receberam atendimento em salas de recursos de escolas da rede pública de ensino. (Dissertação de Doutorado). São Paulo, PUC/SP, 2001.

18.  ____________. Educação dos alunos com altas habilidades/superdotação: legislação e políticas educacionais para a inclusão. In: FLEITH, D. (Org.). A construção de práticas educacionais: Orientação a Professores. V.2. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, 2007. 

19.  FLEITH, Denise (Org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: v. 1: orientação a professores. Brasília: MEC/SEESP, 2007.

20.  FLEITH, Denise & ALENCAR, Eunice Soriano. Desenvolvimento de talentos e altas habilidades: orientação a pais e professores. Porto Alegre, Artes Médicas: 2007.

21.  KIRK, S. A. & GALLAGHER, J. J. Educação da Criança Excepcional. Trad. de Marília Zanella Sanvicente. 2a ed., São Paulo, Martins Fontes, 1991.

22.  MAIA-PINTO, R. R.; FLEITH, D.S. Percepção de professores sobre alunos superdotados. Estudos de Psicologia, 19, 78-90, 2002. 

23.  NOVAES, Maria Helena. Desenvolvimento Psicológico do Superdotados. São Paulo, Atlas, 1979. 

24.  SILVA, Eduardo J. G. Como pode ser atendido o aluno de altas habilidades/superdotado? In: ______ et al. Ciclo de Palestras sobre Superdotados. Rio de Janeiro, UERJ, set/1981.

25.  WINNER, Hellen. Crianças superdotadas. Porto Alegre, Artmed, 1998.

 

APÊNDICE

 

LISTA BASE DE INDICADORES DE SUPERDOTAÇÃO

 - PARÂMETROS PARA OBSERVAÇÃO DE ALUNOS EM SALA DE AULA -

 

por

 

Cristina Maria Carvalho Delou

 

FORMA GRUPAL

 

INSTRUÇÕES: 

1-  Leia e analise, atentamente, cada item.

2-  Procure se lembrar dos alunos que apresentam essas características.

3-  Anote os nomes dos alunos no lugar indicado e, se necessário, o número da turma também.

4-  Por último, anote nas fichas individuais os nomes dos alunos apontados na forma grupal e faça nova avaliação, agora individual.

 

 

COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS

 

 

CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS

 

NOMES DOS ALUNOS

O aluno demonstra prazer em realizar ou planejar quebra-cabeça e problemas em forma de jogos.

GOSTA DE QUEBRA-CABEÇA E JOGOS-PROBLEMA (IG)[3]

 

O aluno dirige mais sua atenção para fazer coisas novas do que para o que já conhece e/ou faz sempre.

INTERESSA-SE MAIS POR ATIVIDA-

DES CRIADORAS DO QUE POR TAREFAS REPETITIVAS E ROTINEIRAS

(IG)

 

O aluno sente prazer em superar os obstáculos ou as tarefas consideradas difíceis.

GOSTA DE ACEITAR DESAFIOS (IG)

 

O aluno demonstra que faz excelente uso da faculdade de concatenar, relacionar idéias deduzidas uma das outras, a fim de chegar a uma conclusão ou a uma demonstração

TEM EXCELENTE CAPACIDADE DE

RACIOCÍNIO (IG)

 

O aluno mantém e defende suas próprias idéias.

APRESENTA INDEPENDÊNCIA DE PENSAMENTO (IG)

 

O aluno demonstra que associa o que aprende hoje ao que já aprendeu ou assimilou.

RELACIONA AS INFORMAÇÕES JÁ

RECEBIDAS COM OS NOVOS CO-

NHECIMENTOS ADQUIRIDOS (IG)

 

O aluno emite opiniões pensadas, refletidas.

EMITE JULGAMENTOS AMADURE-

CIDOS (IG)

 

O aluno faz perguntas sobre assuntos corriqueiros do dia a dia, assim como sobre questões diferentes ligadas à física, astronomia, filosofia e outros.

POSSUI CURIOSIDADE DIVERSIFI-

CADA (IG)

 

O aluno demonstra realizar com acerto e aperfeiçoar, cada vez mais, tudo o que faz.

 

PROCURA PADRÃO SUPERIOR EM

QUASE TUDO O QUE FAZ (IG)

 

O aluno demonstra não precisar da

APRESENTA           AUTO-SUFICIÊNCIA

 

 

COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS

 

 

CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS

 

NOMES DOS ALUNOS

ajuda de outras pessoas para desincumbir-se de suas responsabilidades.

(IG)

 

O aluno põe em prática os conhecimentos adquiridos.

APLICA OS CONHECIMENTOS AD-

QUIRIDOS  (IG)

 

O aluno demonstra saber chegar ao término de um pensamento, problema, atividade e outros.

POSSUI CAPACIDADE DE CONCLU-

SÃO (IG)

 

O aluno produz idéias, faz associações diferentes, encontrando novas alternativas para situações e problemas.

É IMAGINATIVO (PC)[4]

 

O aluno usa métodos novos em suas atividades, combina idéias e cria produtos diferentes.

É ORIGINAL (PC)

 

O aluno faz atividades ou exercícios a mais do que foram pedidos.

EXECUTA TAREFAS ALÉM DAS PE-

DIDAS (PC)

 

 O aluno apresenta idéias comuns e diferentes com facilidade.

POSSUI FLEXIBILIDADE DE PENSAMENTO (PC)

 

O aluno não precisa de muito tempo para produzir idéias novas ou muitas idéias.

TEM IDÉIAS RAPIDAMENTE (PC)

 

O aluno demonstra verbalmente idéias novas e diferentes através de histórias, soluções de problemas, confecção e elaboração de textos, criação de objetos e outros.

POSSUI            IMAGINAÇÃO FORA DO

COMUM (PC)

 

O aluno produz, inventa suas próprias respostas, encontrando soluções originais.

CRIA SUAS PRÓPRIAS SOLUÇÕES

(PC)

 

O aluno usa os objetos que já têm uma função definida de diferentes maneiras

DÁ NOVAS APLICAÇÕES A OBJETOS PADRONIZADOS (PC)

 

O aluno é capaz de perceber o que seus colegas são capazes de fazer, orientá-los para que utilizem esta capacidade nos trabalhos e atividades do próprio grupo.

PODE JULGAR AS HABILIDADES

DOS OUTROS ESTUDANTES E ENCONTRAR UM LUGAR PARA ELES

NAS ATIVIDADES DO GRUPO (CL)[5]

 

O aluno analisa e julga trabalhos artísticos em exposições, visitas e a parques, museus e outros.

O ALUNO APRECIA, CRITICA E APRENDE ATRAVÉS DO TRABALHO DE OUTREM (CL)

 

O aluno faz contatos sociais e inicia conversas com facilidade; faz amigos facilmente.

ESTABELECE RELAÇÕES SOCIAIS COM FACILIDADE (CL)

 

O aluno tem coordenação, agilidade, habilidade para participar satisfatoriamente de exercícios e jogos.

POSSUI HABILIDADE FÍSICA (CP)[6]

 

 

 

 

LISTA BASE DE INDICADORES DE SUPERDOTAÇÃO

 - PARÂMETROS PARA OBSERVAÇÃO DE ALUNOS EM SALA DE AULA -

 

por

 

Cristina Maria Carvalho Delou

 

Nome do Aluno: .............................................................................................................................

Data de Nascimento: ........................................... Série: ............................ Turma: ......................... Professor / Técnico Responsável: .....................................................................................................

 

FORMA INDIVIDUAL

 

 

INSTRUÇÕES: Observe seu aluno e preencha a Ficha Individual, marcando com um X os comportamentos observáveis correspondentes, de acordo com os critérios 1, 2, e 3. Conte quantos comportamentos SEMPRE foram marcados. Os alunos que apresentarem 18 ou mais comportamentos observáveis SEMPRE mostram significativos indicadores de altas habilidades/superdotação. Encaminhe-os ao Núcleo de Atendimento para Altas Habilidades/Superdotação do seu Estado.

 

1- NUNCA            2- ÀS VEZES            3- SEMPRE

 

 

COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS

 

 

CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS

 

1

 

2

 

3

O aluno demonstra prazer em realizar ou planejar quebra-cabeça e problemas em forma de jogos.

GOSTA DE QUEBRA-CABEÇA E JO-

GOS-PROBLEMA (IG)[7]

 

 

 

O aluno dirige mais sua atenção para fazer coisas novas do que para o que já conhece e/ou faz sempre.

INTERESSA-SE MAIS POR ATIVIDADES CRIADORAS DO QUE POR TARE-

FAS REPETITIVAS E ROTINEIRAS (IG)

 

 

 

O aluno sente prazer em superar os obstáculos ou as tarefas consideradas difíceis.

GOSTA DE ACEITAR DESAFIOS (IG)

 

 

 

O aluno demonstra que faz excelente uso da faculdade de concatenar, relacionar idéias deduzidas uma das outras, a fim de chegar a uma conclusão ou a uma demonstração

TEM EXCELENTE CAPACIDADE DE

RACIOCÍNIO (IG)

 

 

 

O aluno mantém e defende suas próprias idéias.

APRESENTA      INDEPENDÊNCIA       DE

PENSAMENTO (IG)

 

 

 

O aluno demonstra que associa o que aprende hoje ao que já aprendeu ou assimilou.

RELACIONA AS INFORMAÇÕES JÁ

RECEBIDAS COM OS NOVOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS (IG)

 

 

 

O aluno emite opiniões pensadas, refletidas.

EMITE JULGAMENTOS AMADURECI-

DOS (IG)

 

 

 

O aluno faz perguntas sobre assuntos corriqueiros do dia a dia, assim como sobre questões diferentes ligadas à física, astronomia, filosofia e outros.

POSSUI CURIOSIDADE DIVERSIFICA-

DA (IG)

 

 

 

 

COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS

 

 

CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS

 

1

 

2

 

3

O aluno demonstra realizar com acerto e aperfeiçoar, cada vez mais, tudo o que faz.

PROCURA PADRÃO SUPERIOR EM

QUASE TUDO O QUE FAZ  (IG)

 

 

 

O aluno demonstra não precisar da ajuda de outras pessoas para desincumbir-se de suas responsabilidades.

APRESENTA AUTO-SUFICIÊNCIA (IG)

 

 

 

O aluno põe em prática os conhecimentos adquiridos.

APLICA OS CONHECIMENTOS AD-

QUIRIDOS  (IG)

 

 

 

O aluno demonstra saber chegar ao término de um pensamento, problema, atividade e outros.

POSSUI CAPACIDADE DE CONCLU-

SÃO (IG)

 

 

 

O aluno produz idéias, faz associações diferentes, encontrando novas alternativas para situações e problemas.

É IMAGINATIVO (PC)[8]

 

 

 

O aluno usa métodos novos em suas atividades, combina idéias e cria produtos diferentes.

É ORIGINAL (PC)

 

 

 

O aluno faz atividades ou exercícios a mais do que foram pedidos.

EXECUTA TAREFAS ALÉM DAS PE-

DIDAS (PC)

 

 

 

 O aluno apresenta idéias comuns e diferentes com facilidade.

POSSUI FLEXIBILIDADE DE PENSAMENTO (PC)

 

 

 

O aluno não precisa de muito tempo para produzir idéias novas ou muitas idéias.

TEM IDÉIAS RAPIDAMENTE (PC)

 

 

 

O aluno demonstra verbalmente idéias novas e diferentes através de histórias, soluções de problemas, confecção e elaboração de textos, criação de objetos e outros.

POSSUI IMAGINAÇÃO FORA DO COMUM (PC)

 

 

 

O aluno produz, inventa suas próprias respostas, encontrando soluções originais.

CRIA SUAS PRÓPRIAS SOLUÇÕES (PC)

 

 

 

O aluno usa os objetos que já têm uma função definida de diferentes maneiras

DÁ NOVAS APLICAÇÕES A OBJETOS PADRONIZADOS (PC)

 

 

 

O aluno é capaz de perceber o que seus colegas são capazes de fazer, orientá-los para que utilizem esta capacidade nos trabalhos e atividades do próprio grupo.

PODE JULGAR AS HABILIDADES DOS

OUTROS ESTUDANTES E ENCONTRAR UM LUGAR PARA ELES NAS

ATIVIDADES DO GRUPO (CL)[9]

 

 

 

O aluno analisa e julga trabalhos artísticos em exposições, visitas e a parques, museus e outros.

O ALUNO APRECIA, CRITICA E APRENDE ATRAVÉS DO TRABALHO DE OUTREM (CL)

 

 

 

O aluno faz contatos sociais e inicia conversas com facilidade; faz amigos facilmente.

ESTABELECE     RELAÇÕES       SOCIAIS

COM FACILIDADE (CL)

 

 

 

O aluno tem coordenação, agilidade, habilidade para participar satisfatoriamente de exercícios e jogos.

POSSUI HABILIDADE FÍSICA (CP)[10]

 

 

 

 



[1] Psicóloga e Licenciada em Psicologia( PUC/RJ) - Mestre em Educação - área de concentração: Educação Especial/Superdotados - (UERJ) -  Doutora em Educação: História e Filosofia da Educação (PUC/SP) - Professora Associado do Departamento Sociedade, Educação e Conhecimento da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense - UFF - Campus do Gragoatá, Bloco D, sala 428, CEP: 24.210 -201, Niterói, RJ, Brasil. E-mail: cristinadelou@id.uff.br  

 

[2] Este conceito foi definido através de equipe de especialistas reunida no Centro Nacional de Educação Especial - antigo CENESP - órgão ligado ao MEC e divulgado no Projeto  Prioritário nº 35 do Plano Setorial de Educação, do biênio 72/74. Em 1994, tentou-se substituir o termo superdotado pelo termo altas habilidades, mas não houve uma proposta de reformulação teórico-conceitual mais objetiva. Considerando-se que a LDB e o documento Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares Estratégias para a Educação de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais utilizaram o termo superdotado é que se justifica a manutenção desse termo original. Quanto ao conceito, constatou-se que também não houve uma significativa mudança em sua base filosófica, o que demonstra a atualidade da Lista Base de Indicadores de Superdotação - parâmetros para observação de alunos em sala de aula.

[3] IG = INTELIGÊNCIA GERAL;  

[4] PC = PENSAMENTO CRIADOR;

[5] CL = CAPACIDADE DE LIDERANÇA

[6] CP = CAPACIDADE PSICOMOTORA

[7] IG = INTELIGÊNCIA GERAL;  

[8] PC = PENSAMENTO CRIADOR;

[9] CL = CAPACIDADE DE LIDERANÇA

[10] CP = CAPACIDADE PSICOMOTORA